domingo, 8 de agosto de 2010

Depois do Trabalho – Texto enviado por Daniel Henrique

Com um sinal ele me seguiu. Gostava disso, sinais, olhares, gostava dessa sensação de seduzir sem palavras. Aquele homem devia ter seus trinta e poucos anos, bermudão, camiseta e chinelos. Fiquei duro mais pela situação do que por ele. Não que ele fosse feio, era meu número, mais velho do que eu, com um corpo legal e parecia simpático.

Alguém precisava tomar uma iniciativa, estava claro que ele me queria também, olhava meu corpo de garoto com meus vinte anos de idade com desejo. Esperei me alcançar e percebi que não chegaria em mim se não desse um sinal mais claro. O chamei, tudo bem? como vai? mora onde? Não tenho vergonha na cara. E para que ter vergonha com um desconhecido cheio de tesão que nunca mais veria?

Podem me chamar do que quiserem, mas quando o tesão toma conta da cabeça não posso evitar. E para confessar, me exibir para um desconhecido é meu fraco. Gosto de me exibir, talvez até mais do que a própria transa.
Ele me convidou para uma pizza e eu aceitei. Não precisava da pizza, mas parece que a as pessoas precisam de algo mais, sentem-se sozinhas, não querem apenas transar, precisam dividir algo, criar um vinculo com o objeto de prazer para se enganarem que é mais do que uma gozada. Eu só queria foder.

Junto com a pizza já sabia mais do que precisava de Guilherme. Casado, trinta e seis anos, pai de uma menina. Nunca me senti culpado por sair com homens casados, tenho apenas pena das famílias deles. Mentir talvez seja um mal necessário afinal das contas, a sociedade é dura demais com quem é “diferente” dos padrões.

E quem sou eu para julgar? Já basta todo mundo julgando quando deveriam estar cuidando da própria vida. A mulher do Guilherme falando mal da vizinha enquanto o marido dela estava comendo o meu rabo depois do trabalho. Apenas a realidade, cruel para a mulher dele, prazerosa para mim.

Ele me levou para um hotel no centro, quarto pequeno, espelho no teto e muito tesão entre nós dois. Gosto muito das preliminares. Beijos, carinhos, roupas tiradas aos poucos. Gosto de sentir, de experimentar cada movimento. Não gosto desses homens que tiram a roupa e ficam de quatro esperando meu pau ou querem meter em mim sem ao menos tocarem no meu corpo. Gosto de me exibir também na cama, de provocar e ser provocado.

Nos beijamos devagar na cama enquanto nos despíamos, não resisti e cai de boca na pica, mulher sortuda ele tinha. Só parei de chupar quando ele disse que queria meter no meu cu. Camisinha, bastante gel e fiquei deitado de bruços enquanto ele devagar me penetrava. Corpo quente de homem sobre mim. Língua no meu ouvido, beijos no meu pescoço, gemia cada vez que ele colocava mais fundo aquele cacete. Será que somos todos bissexuais? Será que eu sentiria tanto prazer com uma mulher?

Bem pagas as horas do hotel, enfim gozamos. E suados depois de experimentar tantas outras posições naquela cama. Tantas outras caricias que a mulher dele nunca teria.

Tomamos um banho e ele insistiu em passar o número do celular. Peguei mesmo sabendo que não ligaria. Eu nunca ligo, afinal, não seria diferente com Guilherme.

Saindo do hotel cada um seguiria uma direção, cada um voltaria para sua vida, sem ligações ou pizzas para nos reencontrarmos. Tinha sido apenas mais uma noite, apenas mais uma foda depois do trabalho.

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